23 de dezembro de 2007

Viagem por terras de “Nuestros Hermanos”


Passo a relatar aqui mais um dos passeios / viagens realizados com a minha “menina”, desta feita por terras de “Nuestros Hermanos”


Reza a história que os destemidos viajantes se fizeram á estrada no ano da graça de nosso Senhor de 2007, mais precisamente no dia de Sábado, 15 de Dezembro.


Destemidos porque apesar de estarmos por terras do Sul, estava um frio que faria desistir qualquer um. Dificilmente passamos toda a viagem acima dos 10º graus de temperatura.
Mas devidamente equipados, quer dizer, mais ou menos, falta-nos as calças. Pois aguardo prendas do Pai Natal ( sim que esta criança que tenho dentro de mim ainda acredita no Pai Natal ).


Combinamos local de encontro as bombas da Repsol ( será porque íamos para Espanha ) ás 8h30m no cruzamento da Alfandanga, acerca de 1 Km da vila da Fuzeta.
Contava eu que estivessem presentes os companheiros habituais das RR´s e mais alguns amigos menos Racing, que se têm vindo a juntar a nós, nesta difícil tarefa de desbravar as estradas do nosso País.


Mas o certo é que a saída estava combinada para a 9h e ninguém aparecia. E pensei ou tiveram uma sexta feira á noite de “caixão á cova” ou não teriam praticado o suficiente o castelhano, ficando assim menos a vontade para fazer esta peregrinação.


Comecei a fazer telefonemas e eis que para meu espanto, começo apanhar do outro lado do auscultador no meu telemóvel. vozes ensonaradas e com desculpas de há e tal….
Ora não foi com bravos e corajosos destes que fizemos a história deste nosso País… a desculpa mais frequente era o frio. E eis que me veio logo á cabeça o discurso de um 1º Sargento que conheci: …“ frio civil não entra em militar”… então camaradas onde está essa coragem e gosto pela aventura… mas nada.


O certo é que me resumi a apenas um bravo companheiro de seu nome “Ricardo”, não sei se ainda de origem afastada que fosse de Ricardo Coração de Leão.
Que com a sua bela “montada” ( Honda CBR 600 RR ) nos fizemos á estrada pelas 9h30m.


Percorremos o caminho até á fronteira pela E.N.125 e entrando no Pais vizinho por Ayamonte.
Logo seguimos até Cartaya sempre por estradas nacionais espanholas, e onde paramos para um primeiro cafezito que nos aquecesse o corpo, porque a alma essa, estava aquecida na esperança de fazer muitos kms de puro prazer de condução nos nossos veículos de duas rodas.
Chegados a Huelva, tomamos a direcção do porto da cidade e eis que somos brindados pela hospitalidade de nuestros hermanos motociclistas que passaram por nós ás dezenas, sempre com cordial cumprimento motard, o qual fomos retribuindo.


Chegamos a Palos de la Frontera pelas 11h da manhã ( hora portuguesa ), aproveitamos para dar algum descanso ás nossas montadas e para dar um pequena volta a pé pela vila que foi palco da partida das naus de Colombo para o Novo Mundo.


Retomamos á estrada e seguimos em direcção a Matalascañas onde fizemos uma pequena paragem para “alimentar” as nossas máquinas, pois á que aproveitar os preços mais reduzidos que os nossos vizinhos pagam por esses derivados do petróleo.
Demos dois dedos de conversa, num espanhol atabalhoado, ou seja, em portunhol com o rapaz da gasolineira que nos informou que podíamos almoçar por El Rocio e que estava lá a decorrer uma concentração motociclistica, mas que havia muita areia nas ruas da vila para termos cuidado. Agradecemos as informações e voltamos a colocar-nos ao caminho até El Rocio.


Chegamos a essa localidade já pelas 13h30m ( hora portuguesa ) e procuramos um local onde comer. Almoçamos bem, um belo de um Solomilho de Cerdo Ibérico e retemperadas as nossas forças, voltamos a fazer-nos á estrada para a última etapa desta nossa viagem.
Fizemos de El Rocio a Faro quase sem paragens, pois já na autoestrada entre Sevilha e Huelva vimo-nos obrigados a parar e colocar as balaclavas, tal era o frio, que a essa hora da tarde se fazia sentir.


Na auto estrada aproveitamos para soltar os cavalos das nossas montadas, embora não tenhamos excedidos os 180 Kms/h já deu para subir o nível de adrenalina dos nossos corpos e com isso manter-nos mais aquecidos.
Chegamos a Faro ( Ilha de Faro ), onde aproveitamos para tomar mais um cafezito e agendar a nossa próxima “volta”.


Estávamos radiantes tal como o Sol que brilhava, após os 404 kms que fizemos e com vontade de voltar a partir, não fossem outras obrigações que nos esperavam, como no meu caso ir buscar a pequena “Beatriz” á casa a avô.

Fim